Biblioteca de Águas Claras está em fase de reforma, diz administração
Por Pablo Giovanni | Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília
22/05/2021 16:11, atualizado às 16:15 de 22/05/2021
Sem oferecer ao público o seu principal atrativo – os livros – há um bom tempo, seja por pandemia ou problemas na estrutura, como problemas de manutenção, infiltrações e falta de água, a Biblioteca de Águas Claras está passando por novos processos para retornar com o funcionamento.
Inaugurado há 12 anos na cidade, o espaço era temporário – anteriormente foi um standup de vendas – e já foi fechado e reinaugurado diversas vezes. No período, o espaço cultural foi alvo de críticas da população pela ausência de conexão com a internet, além do pouco espaço, problemas com ar condicionado e goteiras.
Em 2017, a população ao notar o descaso e reclamações de frequentadores, solicitou emendas à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para a reforma do espaço. Na época, o deputado distrital Raimundo Ribeiro (MDB) conseguiu um ofício através da Secretaria de Planejamento, no valor de R$ 150 mil. Apesar da liberação, o recurso não foi usado para a reforma ou construção de uma nova biblioteca – na época, o administrador da cidade, Valdeci Machado, apontava que uma nova estrutura seria construída entre a Avenida Paineiras e Parque Águas Claras -, sendo devolvido aos cofres do governo do Distrito Federal.
Segundo a administração da cidade, o espaço atualmente está passando por reformas para se adequar aos protocolos de segurança da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, com o término dos ajustes, poder receber a comunidade. Segundo a R.A, o prazo de término está previsto para os próximos 20 dias e está sendo arcado pela própria administração.
“É fato que Águas Claras necessita de uma Biblioteca com melhor estrutura. Já estive lá algumas vezes para ouvir os anseios dos frequentadores e acho muito importante que possamos continuar buscando essa melhoria para Águas Claras”, afirma Cléber Barreto, CEO do DFÁguasClaras.
Idas e vindas
Em julho de 2015, uma parceria com o Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon-DF), disponibilizou livros para tratar dos direitos do consumidor na biblioteca da cidade.
“O Procon entende que a parceria para a inauguração da biblioteca do consumidor é um avanço no tratamento da cidadania, uma vez que o instituto cumpre o seu dever de proporcionar uma melhor propagação dos direitos do consumidor“, esclareceu o então diretor-geral do Procon-DF, Paulo Marcio Sampaio.
Dois anos depois, em 2017, a população ao notar o descaso e reclamações de frequentadores, solicitou emendas à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para a reforma do espaço. Na época, o deputado distrital Raimundo Ribeiro (MDB) conseguiu um ofício através da Secretaria de Planejamento, no valor de R$ 150 mil. O administrador da cidade no período, Valdeci Machado, afirmava que a intenção da R.A era construir um novo espaço e, por ser temporário, não havia intenção da administração em usar a emenda parlamentar na biblioteca. Machado afirmava que, em 2018, a cidade teria uma nova biblioteca.
“Acredito que é um contrassenso, porque podemos ser criticados no futuro em colocar a emenda no local e daqui 2, 3 anos o espaço ser demolido”, afirmou Valdeci, em reportagem da TV Globo. “No ano que vem, Águas Claras terá a sua biblioteca definitiva”, concluiu o então administrador, em reportagem sobre o mesmo tema à TV Bandeirantes.
Apesar das promessas, a nova biblioteca nunca saiu do papel – prevista para criação entre a Avenida Paineiras e Parque Águas Claras -. O DFÁguasClaras procurou e descobriu que a emenda foi liberada pela Câmara Legislativa, através da PL 1723, de 2017, mas o valor foi “perdido” e devolvido aos cofres do governo do Distrito Federal.
Procuramos o ex-administrador para prestar esclarecimentos pelo não uso das emendas parlamentares de 2017 – ao total, giram em torno de R$ 1,9 milhão perdidos -, mas não conseguimos contato. O espaço segue aberto.
Lembre a trajetória de Valdeci na gestão da cidade
O ex-administrador pediu exoneração do cargo em janeiro de 2018 após ser indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal pelo crime de falsidade ideológica. Segundo investigações, o gestor teria emitido um documento com informações falsas, autorizando a dona de um bar de Águas Claras a “vetar” ações de fiscalização da Agefis.
Manoel Valdeci Machado Elias é um dos gestores que mais tempo comandou Águas Claras. O ex-administrador assumiu a gestão em novembro de 2015, após a saída da arquiteta e urbanista Patrícia Veiga Fleury, que após assumiu o corpo técnico da Secretaria de Gestão do Território e Habitação (Segeth), ainda na gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Ele já tinha sido nomeado administrador de Águas Claras em 2006, durante o governo de Maria de Lourdes Abadia (sem partido).
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