Menos Celulares E Mais Tempo Em Família
Atualmente lidamos com inúmeras famílias que precisam manter suas crianças conectadas a uma tela por longos períodos ao longo do dia, como se aquilo fosse uma pílula mágica capaz de acalmar nossos pequenos selvagens. Mas será mesmo que o uso de telas e o contato precoce com a tecnologia é tão indispensável assim?
“O que a informação consome é bastante óbvio. Consome a atenção de quem a recebe. Consequentemente, uma grande quantidade de informação cria um empobrecimento da atenção.”
(Hebert Simon)
A quais estímulos uma criança está sendo exposta de forma contínua?
Já está comprovado que o bombardeio de estímulos externos não torna uma criança mais esperta, como também já surgiram nos últimos anos estudos que relacionam a superestimulação com problemas de aprendizado. Repare nos desenhos infantis, na quantidade de cores, efeitos especiais, na velocidade com que os personagens se movem e as cenas se passam. A velocidade observada nos desenhos infantis é materialmente impossível de se observar sem o fator tela. Com o excesso de estímulos não é de se espantar que a criança sinta-se entendiada, impaciente e nervosa quando precisa voltar ao mundo real. O comum passa a ser o ritmo virtual, que faz com a criança não tenha mais a paciência devida para a vida real.
Siegel dizia que a criança precisa de um ambiente normal, e quantidade mínima de estímulos. A qualidade que se estabelece na relação entre a criança e seu cuidador se mede não pelo número de estímulos proporcionados a ela, mas sim a partir da qualidade do vínculo. Uma criança de 6 meses é capaz de ficar bastante estimulada com o simples fato de olhar para as suas mãos, ela não precisa de bonecos que falem com ela, móbiles giratórios e desenhos animados com músicas de baixa qualidade e padrões rítmicos repetitivos.
Um vínculo afetivo de qualidade torna a criança segura para explorar tudo que a rodeia, sendo este um estímulo e tanto para o desenvolvimento saudável.
Sobre Educar
Educar – Ex (que significa fora) ducere ( significado de “guiar”, “instruir”, “conduzir”)– acompanhar, extraindo o melhor de cada um de dentro pra fora. A finalidade da educação deve ser a criança e não o que pretendemos conseguir com elas. Respeitar sua liberdade interior, seu temperamento nato, colocando a criança como parte do processo educacional, respeitando seu ritmo, fomentando o silêncio quando necessário, a brincadeira livre, a exploração, rodeando a criança de beleza sem saturar os sentidos, este é um belo caminho para uma boa educação.
Sugestão:
Nos momentos em família busque deixar o celular de lado e olhe nos olhos daqueles que estão fisicamente com você, proporcione passeios no parque, almoços em família, uma caminhada no bairro, invente atividades ao ar livre para que vocês possam desfrutar da vida real, sem aparelhos que acabam roubando nossa atenção em grande parte do tempo. Viva intensamente o seu presente, quanto mais instalado no presente estamos mais vivos nos sentimos.
Este texto foi desenvolvido em parceria com a psicopedagoga Marise Teixeira idealizadora da Ciranda – Espaço Infantil (metodologia sociointeracionista).
Marise Teixeira
Psicopedagoga e especialista em Educação Infantil
Idealizadora da Ciranda – Espaço Infantil (metodologia Sociointeracionista)
Para saber mais a respeito do trabalho da Marise e conhecer o espaço infantil Ciranda acesse:
Telefone: (61) 3401-1134
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