Após treta do sofá, empresário quer lançar campanha para plantio de árvores em Águas Claras
Após a treta do sofá que ganhou bastante repercussão nas redes sociais na última semana em Águas Claras, o empresário Rodrigo Robert, de 43 anos, quer lançar a campanha “Transforme o ódio em amor”. Com todo o impacto que a situação tomou, o empresário afirma que familiares foram ameaçados com o caso que ganhou até nome: o sofá da discórdia.
“Para transformar o ódio em amor, eu, minha família, minha empresa e meus amigos nos propomos a plantar 50 árvores pela cidade para semear a paz e não a discórdia. Estamos em contato com a Novacap e com a administração de Águas Claras para saber como agir dentro das normas técnicas e vamos fazer um grande mutirão do bem. Sigamos com mais amor e menos ódio. Diga não à cultura do cancelamento”, disse o empresário que mora em Águas Claras há 12 anos. O sofá foi entregue na sexta-feira (24/12) (veja foto acima) e gerou atrito entre vizinhos.
Entenda a treta
O empresário do ramo de empreendimentos teve a sua imobiliária exposta no grupo Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (AMAAC), em uma rede social. Na ocasião, o sofá havia sido entregue por um guindaste no apartamento que Rodrigo mora com familiares, porque o prédio onde o empresário mora há um mês não tinha condições de transportar o sofá pelo elevador ou escadas. Contudo, no trajeto que o caminhão precisou percorrer, a calçada próximo ao local acabou se quebrando, causando toda a treta no grupo.
“Mas isso não é inédito nem em Águas Claras e nem em outras cidades como São Paulo, Nova Iorque ou Paris [transportar o sofá por um guindaste]. O que deixei claro desde o início em que começaram a surgir fotos no grupo do meu condomínio era ‘com certeza’ que o reparo seria feito. Essa resposta ocorreu três minutos depois de o primeiro vizinho questionar o dano à calçada. Infelizmente não foi suficiente me posicionar, pois o vizinho achou necessário repassar minhas informações pessoais (estou certo de que foi algum vizinho porque na semana anterior divulguei os serviços da minha empresa no grupo) ao irresponsável administrador de uma página com mais de 70 mil participantes”, diz, ao citar o administrador do grupo, Román Darío. “Tão irresponsável que instigou os comentaristas a divulgar o nome da ‘empresa destruidora’ de calçadas. Minha empresa ajuda a construir uma cidade melhor. Geramos emprego, pagamos impostos, somos contra poluir a cidade com faixas mantendo nossos anúncios sempre na internet. Enfim, me pergunto novamente: o que minha empresa tem a ver com a calçada quebrada?”, questiona.
Processo
Ao portal Correio Braziliense, Rodrigo Robert afirmou que vai processar o vizinho que divulgou o nome dele, além do endereço e profissão. À época, Robert explicou que afirmou que o dano seria reparado, mas foi em vão. “Fiquei chocado com a situação. Eu já tinha me posicionado no grupo do meu condomínio, explicando o ocorrido e afirmando que o dano seria reparado. Assumi a responsabilidade da ação”, contou.
Para o DFÁguasClaras, Robert afirma que respondeu a todos com a máxima cordialidade, inclusive ao administrador do grupo da rede social que conta com mais de 70 mil membros, mas que não deu a mínima importância ao caso após a repercussão. “Respondi a todos com a máxima cordialidade, assim como já havia respondido meus vizinhos no grupo de WhatsApp e o administrador da página AMAAC, a quem eu procurei, mas, infelizmente, não deu a mínima importância à minha ligação ou à mensagem que mandei tão logo soube da exposição de meu nome, número do apartamento, além de envolver a minha imobiliária em um caso absolutamente privado”, disse.
Veja a nota na íntegra do morador
Hoje é o quinto dia que o assunto em meu entorno é o “sofá da discórdia”. Sim, o sofá é meu! Mas não é o sofá da discórdia, pois nele vamos compartilhar momentos de celebração, paz e amor!
Como já expliquei antes, não havia como transportar o sofá pelo elevador ou pelas escadas, por essa razão ele foi içado pela janela. Mas isso não é inédito nem em Águas Claras e nem em outras cidades como São Paulo, Nova Iorque ou Paris. O que parece inédito é um fato tão corriqueiro gerar tanta discussão a ponto de alcançar as páginas dos jornais (Correio Braziliense, Metrópoles, TV Globo, TV Record e por aí vai).
Respondi a todos com a máxima cordialidade, assim como já havia respondido meus vizinhos no grupo de whatsapp e o administrador da página Amaac, a quem eu procurei, mas, infelizmente, não deu a mínima importância à minha ligação ou à mensagem que mandei tão logo soube da exposição de meu nome, número do apartamento, além de envolver a minha imobiliária em um caso absolutamente privado.
O que deixei claro desde o início em que começaram a surgir fotos no grupo do meu condomínio era que “com certeza” o reparo seria feito. Essa resposta ocorreu três minutos depois de o primeiro vizinho questionar o dano à calçada. Infelizmente não foi suficiente me posicionar, pois o vizinho achou necessário repassar minhas informações pessoais (estou certo de que foi algum vizinho porque na semana anterior divulguei os serviços da minha empresa no grupo) ao irresponsável administrador de uma página com mais de 70 mil participantes. Tão irresponsável que instigou os comentaristas a divulgar o nome da “empresa destruidora” de calçadas. Minha empresa ajuda a construir uma cidade melhor. Geramos emprego, pagamos impostos, somos contra poluir a cidade com faixas mantendo nossos anúncios sempre na internet. Enfim, me pergunto novamente o que minha empresa tem a ver com a calçada quebrada?
Importante destacar que o reparo foi feito na primeira hora útil do primeiro dia útil após o ocorrido, uma vez que estávamos em plena véspera de Natal com fim de semana emendado. Antes mesmo de o sofá entrar na minha casa eu já tinha feito o contato com o pedreiro.
Pois bem, para transformar o ódio em amor, eu, minha família, minha empresa e meus amigos nos propomos a plantar 50 árvores pela cidade para semear a paz e não a discórdia.
Estamos em contato com a Novacap e com a Administração da cidade para saber como agir dentro das normas técnicas e vamos fazer um grande mutirão do bem. Divulgo a data aqui assim que conseguir alinhar os detalhes.
Quanto ao eventual processo por dano moral, o caso está nas mãos do jurídico da minha empresa e, se o Judiciário entender que cabe indenização, todo o valor será revertido para doação de cestas básicas aos que mais precisam.
Sigamos com mais amor e menos ódio. Diga não à cultura do cancelamento.
Abraços,
Rodrigo Robert
Em resposta
Em resposta, o administrador do grupo Associação de Moradores e Amigos de Águas Claras (AMAAC), Román Dario, afirmou que “por diversas vezes, nos deparamos (associação) com nossas calçadas destruídas por caminhões que recolhem caçambas, fazem podas, entregam materiais, fazem manutenção na rede elétrica ou veículos que estacionam sobre elas”, pontua. “Dessa sorte, a associação entendeu a revolta do morador que flagrou mais um ato de destruição e encaminhou as imagens à associação para que ela desse publicidade ao ato e, quem sabe, o responsável assumisse o conserto”, conclui.
Para Román, os dados divulgados na publicação da associação na página e grupo nas redes sociais não mostram detalhes como profissão ou nome completo de Robert. “Os dados postados não identificaram o autor pelo nome completo, a profissão ou ocupação é fundamental pra conotação do fato e a unidade é facilmente identificável a partir da rua e por onde o sofá entrou”, diz.
O administrador do grupo ainda frisou que, caso houvesse a Unidade Básica de Saúde (UBS) no terreno – expectativa da unidade ser licitada em 2022 –, o sofá não entraria no apartamento. “Frisa-se, inclusive, que aquele é um terreno que pertence à Secretaria de Saúde, a qual deveria ter autorizado que um terceiro adentrasse nele para qualquer finalidade. Por derradeiro, e se a UBS estivesse construída, como o sofá entraria no apto?”, questiona. “As pessoas devem levar em conta o andar, os vãos, a capacidade do elevador e demais requisitos antes de adquirir qualquer objeto”, pontuou Román.
Sobre a intenção do morador em processar o grupo, o administrador do grupo diz que é um direito dele achar necessário levar o caso à justiça. “É um direito dele e cabe à justiça verificar se ele tem razão”, conclui. “Em momento algum se divulgou o nome da imobiliária, facilmente identificável ao clicar no perfil dele quando da manifestação do próprio post”, afirmou.
Veja a nota na íntegra da AMAAC
Águas Claras sofre com a inexistência de calçadas em número suficiente e com a falta de manutenção nas que há.
Por diversas vezes, nos deparamos com nossas calçadas destruídas por caminhões que recolhem caçambas, fazem podas, entregam materiais, fazem manutenção na rede elétrica ou veículos que estacionam sobre elas.
Dessa sorte, a associação entendeu a revolta do morador que flagrou mais um ato de destruição e encaminhou as imagens à associação para que ela desse publicidade ao ato e, quem sabe, o responsável assumisse o conserto.
Os dados postados não identificaram o autor pelo nome completo, a profissão ou ocupação é fundamental pra conotação do fato e a unidade é facilmente identificável a partir da rua e por onde o sofá entrou.
Frisa-se, inclusive, que aquele é um terreno que pertence à secretaria de saúde, a qual deveria ter autorizado que um terceiro adentrasse nele para qualquer finalidade.
Por derradeiro, e se a UBS estivesse construída, como o sofá entraria no apto?
As pessoas devem levar o andar, os vãos, a capacidade do elevador e demais requisitos antes de adquirir qualquer objeto.
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