Por reajuste salarial, metroviários e rodoviários vão cruzar os braços a partir de segunda-feira

 

A próxima semana promete começar complicada para os usuários do transporte público da capital. A partir da 0h de segunda-feira, rodoviários e metroviários devem paralisar as atividades para reivindicar demandas trabalhistas. Assim, os milhares de cidadãos que dependem desses meios de locomoção ficarão desassistidos.

O Sindicato dos Metroviários (Sindmetrô) enumera as pautas descumpridas pela empresa, estabelecidas em acordo: o pagamento do reajuste salarial retroativo prometido em 2015 e a nomeação de concursados.

Apesar de o pleito girar em torno da questão financeira, o secretário de assuntos jurídicos do Sindmetrô, Leandro Santos, argumenta que nenhum dos pedidos pretende onerar os cofres públicos. A alegação dele é que já houve provisionamento financeiro para tais atos, mas depois foi retirado.

Além disso, o Metrô-DF estaria descumprindo um acordo adicional feito neste ano, que pedia a criação de um canal de comunicação entre a empresa e os funcionários para mostrar o que está sendo cumprido ou não entre as definições feitas entre as partes. Ele ainda cita situações menores que não estariam sendo respondidas, como a discussão sobre a manutenção das escalas dos pilotos – de 6 horas diárias -, e a mudança de 8 horas para 9 horas e meia dos seguranças.

As contratações dos profissionais que passaram nos últimos concursos também não estariam sendo cumpridas da forma correta, segundo a direção do sindicato. Houve até um pedido do Tribunal Regional do Trabalho para que ocorresse um cronograma de chamamento para que ninguém ficasse de fora. Porém, o prazo do concurso de parte deles expira no fim deste mês.

Negociações

Apesar de terem ocorrido duas reuniões entre empresa e sindicato – a última na manhã dessa quarta -, não houve um acordo capaz de reverter a decisão pela greve, tomada no último domingo. Para o sindicalista Leandro Santos, o Metrô-DF ainda não apresentou nenhuma contraproposta que respondesse aos questionamentos dos trabalhadores, emitidos durante a assembleia. “Decidimos que, se o Metrô não responder por todas as demandas, será mantida a greve por tempo indeterminado”, afirma.

A promessa é de que amanhã haja uma nova mesa de negociação. No entanto, Santos adianta que, com a paralisação por tempo indeterminado, o sindicato vai garantir a circulação mínima de 30% dos trens, tanto nas horas de pico quanto entre esses turnos.

Ônibus

Também no último dia 16, os rodoviários decidiram por iniciar uma paralisação à 0h da próxima segunda-feira. Os empregados querem reajuste salarial de 7%, para que haja reposição em relação à inflação e um aumento propriamente dito. A categoria declara que também manterá 30% da frota rodando, como pede a lei, nos dias de paralisação geral dos ônibus.

Metrô-DF elenca investimentos

Em resposta ao anúncio de greve, a direção do Metrô-DF assegura que está contato com a categoria para encontrar “soluções positivas para a população, para os empregados e para a empresa”.

O Metrô-DF garante que, nos últimos anos, fez modificações no sistema e trabalha pela modernização. Inclusive, nesta manhã, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deve assinar o edital de licitação da expansão da linha 1. Duas estações devem ser construídas na região de Samambaia.

A empresa também alegou, em nota, que houve um aumento dos investimentos de modernização e manutenção do sistema e que, apenas no ano passado, foram gastos R$ 25 milhões. Porém, em relação ao reajuste salarial retroativo cobrado desde 2015, não há uma decisão tomada, uma vez que o assunto está na Justiça e cabe recurso.

Já sobre as contratações, o Metrô- DF informa que, dos 232 aprovados do último concurso, 216 foram convocados. Com 1.179 vagas ocupadas em todas as áreas da empresa, atualmente há um déficit de 136 pessoas.

Existe uma previsão para novas contratações assim que as estações do Cine Brasília (106 Sul), da 110 Sul e da Estrada Parque estiverem prontas. (J.P.M.)

Saiba Mais

O processo que questiona a licitação dos ônibus está na pauta do Tribunal de Justiça. Pela segunda vez neste ano, houve pedido de vista de um dos cinco desembargadores que analisam o recurso feito pelo Governo de Brasília e pelas empresas Marechal, Pioneira e Piracicabana para que não haja o cancelamento de parte da licitação, feita em 2012.

O julgamento começou na tarde de ontem, mas foi interrompido a pedido do desembargador Flávio Rostirola, que pediu mais tempo.

Ele será o último a votar. O placar está em 3 contra 1 a favor da decisão que determinou o cancelamento

Ainda não há uma nova data para o retorno do julgamento.

Fonte: Jornal de Brasília

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