“Me Chame Pelo Seu Nome” (baseado no romance homônimo do egípcio André Aciman)
Elio (Timothée Chalamet) tem 17 anos e é filho de um casal de intelectuais. Em casa ele fala francês, italiano e inglês com naturalidade. O pai dele (Michael Stulhbarg), professor e especialista em cultura greco romana, sempre recebe alunos em sua casa de férias localizada em algum lugar no norte da Itália. No verão de 83 o convidado é Oliver (Armie Hammer), acadêmico, bonito, americano e aluno do professor.
O verão no ambiente bucólico é o cenário perfeito para que os dois se aproximem aos poucos, tal qual o passar do tempo, e desenvolvam uma relação de amor que acontece devagar, sem dramalhão e com muita sinceridade explícita no trabalho dos dois atores que conseguem imprimir segurança e verdade aos seus personagens.
O grande lance é que o filme não está interessado com o julgamento moral que a história de Elio e Oliver possa provocar, mas sim em abordar o amadurecimento de um jovem e suas questões relativas, não só à sexualidade, mas aos próprios sentimentos e suas descobertas típicas e próprias da idade.
A fotografia de Sayombhu Mukdeeprom e a supresa de ter Armie Hammer em um papel exigente, e não de um galã qualquer como estávamos acostumados a ve-lo, surpreendem e engrandecem o filme.
Ao final, o que mais me tocou, foi o discurso elegante que fica ao jovem Elio, vindo de um pai amoroso e preocupado com as experiências e medos do filho único.
A natureza, diz ele, tem maneiras estranhas de encontrar nosso ponto fraco. Não devemos fazer disso um problema, mas aprender. A dor e a tristeza muitas vezes fazem parte do jogo porem são sentimentos necessários para nosso amadurecimento. Algumas vezes tentamos buscar a cura para esses sentimentos arrancando as emoções de dentro de nós e então estaremos velhos e cansados antes dos trinta anos. O medo e o desejo geralmente caminham de mãos dadas e a coragem de enfrenta-los é de dar inveja e orgulho àqueles que nos amam.
“Me Chame Pelo Seu Nome” é um filme onde a beleza não precisa de clichês para aparecer, o que faz com que o resultado seja belo sem ser apelativo e por isso conquista.
Dirigido por Luca Guadagnino a estreia está prevista para o dia 18 de janeiro.
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