Falamos muito sobre o auto cuidado em campanhas, mas, será que estamos agindo sobre isso?

 

Encerrando o mês de outubro, trago pra vocês a participação de uma amiga que admiro muito. Uma mulher real, como você que está lendo. Ela é Flávia Gimenes, 38 anos. Esposa, mãe, empresária da hamburgueria Singelo Burguer. Missionária do Coletivação.

 

Com ela, deixo a coluna de hoje:

“Um dado curioso feito pela Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumes e Cosméticos (ABIHPEC), junto com o Instituto FBS de pesquisas, demonstra que o Brasil é o 3° maior mercado do mundo no crescimento dos profissionais de estética no último ano.

O tema da coluna é muito importante, mesmo porque, Outubro Rosa diz respeito a nós mulheres e tantas coisas das quais nós deixamos de dialogar e passam despercebido fazendo com que a gente acredite que exista um padrão para ser mulher, um tipo certo de beleza exterior e corpo e se estivermos fora dele, não somos mulheres o suficiente.

Durante esses tempos me vi tantas vezes pensando que se fosse possível eu faria uma intervenção cirúrgica aqui, uma outra ali, buscando uma perfeição que eu nunca busquei, e nunca houve cobrança por parte do meu marido, por isso, gostaria de falar e provocar vocês quanto à um assunto polêmico que é a nossa aceitação e os motivos que nos levam à não nos aceitar, buscando às vezes de forma exagerada agradar a sociedade e esses padrões.

Nossa vida não é uma fantasia, somos pessoas reais vivendo em um mundo real, mas até onde poderia chegar o nosso desejo de mudar o nosso exterior?

Lembro-me certa vez de uma amiga que por causa dos desejos de um namorado, buscava uma perfeição que não era a dela, e sim a dele, colocou cílios, fez alongamento capilar e das unhas, vestia roupas que ele gostava, falava e andava como ele queria. Não estou aqui demonizando nenhuma das ações, mas o motivo pelo qual ela o fazia: agradar outra pessoa!

Existe um estereótipo da mulher perfeita e sempre foi assim, antigamente a mulher perfeita era aquela que casava cedo, tinha muitos filhos, não trabalhava fora, cuidava da sua família, da sua casa e claro, do seu corpo, afinal ela não podia marcar bobeira ou seu marido “arrumava outra na rua”.

Com o passar dos anos, alguns movimentos feministas, trouxeram certa liberdade e direitos para as mulheres, mas devido ao pensamento machista da sociedade que ainda não mudou, essa carga às vezes é árdua demais.Vejo muitas mulheres fortes, com carga tripla de trabalho, casa, filhos e tantas coisas que as deixa exaustas ao fim de um longo dia.
Dentro de toda essa explanação está o nosso desejo de seguir um padrão que ainda continua sendo imposto diretamente e muitas vezes indiretamente às mulheres, pelas redes sociais, por pessoas que se dizem amigos e até pelos parceiros.

O que queria deixar hoje, não é uma crítica à busca pela beleza, todas as mulheres querem estar e se sentir bonitas, nem quero criticar o crescimento da indústria da estética, minha crítica aqui são os motivos que nos levam a buscar esse padrão de perfeição.

O que te faz olhar no espelho e não se amar o tanto quanto você deveria?

Até quando haverá em nós a necessidade de demonstrar uma força incomum ao ponto de ficarmos doentes e sobrecarregadas?
Quando compreenderemos que somos um ser único e diferente de todas as outras, acabando assim com as comparações?
Diante de tantos questionamentos que me peguei pensando e tantas mulheres incríveis que conheço, busco hoje em dia apesar das muitas facetas que exerço, uma qualidade de vida que me permita (mesmo que não deveria), parar por um tempo, fazer o que eu gosto e nunca, jamais me cobrar tanto, e isso é um exercício diário e difícil, mas tente!
Que tal você buscar uma premissa que eu aprendi, o caminho do meio, nem muito relaxada, mas nem tão atarefada ao ponto de ficar doente, nem tão “perfeita” quanto aos padrões, mas na MINHA melhor versão.
Quando compreendemos que mulheres são fortes mas, são humanas e precisam de um tempo de descanso, paz e equilíbrio, a gente nunca mais se permite ficar doente por causa de padrões, estereótipos ou excesso de trabalho.”

 

Ah como esse tema é difícil mas ao mesmo tempo reflexivo! Sou muito grata a essa grande amiga Flávia Gimenes por dividir conosco um pouco do seu pensamento de mulher real.

Agradeço a cada leitor que dedicou alguns minutos para ler essa coluna que se alongou um pouco, mas porque vejo a necessidade de falarmos mais sobre a aceitação de sermos quem somos.

 

E eu sou Enf. Prof. Nádia Teixeira, consultora em saúde, e toda quinta-feira temos um encontro marcado aqui, na coluna Café com Saúde!

 

Instagram:

@prof.nadia_cst

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@singeloburguer

 

 

 

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