No combate ao HIV, prevenir sempre será melhor do que remediar mas, e você, já ouviu falar sobre os métodos de prevenção que vão além do preservativo?
Recentemente, li uma reportagem que gera muita preocupação, onde fala sobre a suspensão dos testes de genotipagem do HIV e Hepatites Virais, devido á não renovação de contrato que deveria ter sido feita pelo Ministério da Saúde.
Engraçado que na última semana, falei aqui com vocês sobre a história de luta do nosso país contra o HIV e que por sermos referência mundial, tínhamos um processo que realmente funcionava.
Bom, o tema de hoje não é esse, mas preciso registrar aqui a minha preocupação com programas tão relevantes de saúde pública do nosso SUS que tem sido fragilizados. Nós como população devemos ficar de olho e ter voz em tudo aquilo que fere os nossos direitos.
Porém, ainda na expectativa de que tudo se normalize, falamos hoje sobre os métodos de prevenção combinada, que além da camisinha, trazem mais segurança ás pessoas que podem ser expostas ao risco de contaminação.
O primeiro passo, ainda é a testagem regular, feita pelo SUS. O ideal seria que todos aqueles que tem uma vida sexual ativa ou tem alguma suspeita de contato de risco, procurem uma unidade básica de saúde e façam o teste. Não só de HIV mas de outras ISTs ( Infecções Sexualmente Transmissíveis ) também.
Em algumas cidades brasileiras, já existe o teste rápido de farmácia. Caso dê positivo, a pessoa deve procurar um posto de saúde para fazer exames complementares.
Um método ainda pouco conhecido pela maioria, é a PREP ( Profilaxia Pré Exposição ). Ela nada mais é do que um comprimido, que você toma todos os dias, no horário certo, que pode impedir que se contamine, caso tenha algum contato de risco. Pra isso, é preciso ir a uma unidade básica de saúde para uma consulta, pois tomar esse medicamento exige alguns detalhes importantes que precisam ser preenchidos.
Ele é indicado para pessoas que tenham um risco maior de contaminação, como: profissionais do sexo, pessoas que tenham algum relacionamento com quem tenha o vírus HIV, que não costumam usar camisinha em relações sejam elas vaginais ou anais ( o risco de transmissão pela relação anal é ainda maior ) ou apresenta ISTs com frequência.
È importante lembrar que a PREP é apenas um complemento na prevenção, e não uma forma definitiva. O uso do preservativo ainda se faz importante pois existem outras ISTs circulando por ai.
Outro método, é a PEP ( Profilaxia Pós Exposição ). Ela é utilizada após a pessoa ter algum contato de risco.
Ela age impedindo que o vírus se propague no organismo e deve ser iniciado o mais rápido possível após o contato, em no máximo até 72 horas.
O tratamento é mais eficaz ainda quando iniciado 2 horas após a exposição e deve ser utilizado por 28 dias.
Sabemos também, que o vírus pode ser transmitido de mãe para filho, a chamada transmissão vertical.
Como prevenção, toda mulher grávida deve realizar o teste para o HIV. Se o diagnóstico for positivo, ela deve receber um tratamento com antirretrovirais.
E o recém nascido? Ele deverá tomar a medicação nas seis primeiras semanas de vida e a amamentação deve ser substituída por leite artificial ou leite materno processado em bancos de leite.
No Brasil, todas as pessoas diagnosticadas com o HIV têm o direito de receber o tratamento antirretroviral gratuitamente SUS. Não se esqueça disso! È um direito!
Não podemos permitir que programas tão importantes como esses, entre outros, sejam suspensos ou degradados.
Ao menor sinal de contato de risco ou dúvidas, procure um posto de saúde. Não tenha medo ou vergonha. Tire todas as suas dúvidas sobre o HIV, outras ISTs e se você está no grupo que deve tomar a Profilaxia Pré Exposição. Não arrisque sua saúde. Previna-se e use camisinha!
Eu amo falar e trabalhar sobre esse tema e, se você tiver alguma dúvida, me dá um grito lá no Instagram: @prof.nadia_cst
Eu sou Prof. Enf. Nádia Teixeira e toda quinta-feira temos um encontro marcado aqui, na coluna Café com Saúde.
COMECE O SEU DIA COM MAIS SAÚDE E INFORMAÇÃO!
Nenhum comentário ainda.