A hanseníase é uma doença em que o diagnóstico precoce é muito importante para o sucesso do tratamento e cura. E como isso acontece? Confira na matéria do hoje!

 

Ah, a pandemia! Veio com tudo e fez com que a maioria das pessoas deixassem de lado outras doenças. Seja por medo de ir até um hospital ou clínica e contrair o vírus, seja pela falta de dinheiro que a crise nos trouxe e a super lotação do SUS em muitos estados brasileiros.

Com isso, muitas doenças crônicas se agravaram e outras voltaram a ter o número crescente de anos atrás, como a Hanseníase por exemplo.

Hoje, vemos muitos pacientes com doenças renais, cardíacas e circulatórias descompensadas também como sequelas do Coronavírus. Tudo isso tem gerado uma cadeia de pessoas doentes e cada vez mais crônicas. Mas isso é um tema para outra matéria não é mesmo?

Estima-se que no ano de 2021, houveram 137.385 novos casos identificados e diagnosticados como hanseníase, de acordo com o Ministério da Saúde e o Brasil ocupa o segundo lugar mundial em número de casos de hanseníase, perdendo apenas para a Índia. Em 2019, foram 27.864 casos.

Ela é uma doença que faz parte da lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública, por isso, nós profissionais de saúde devemos notificar os casos de Hanseníase ao Sinan, para o controle da doença e identificação das cidades com maior número de casos e como agir frente a isso, principalmente em populações mais vulneráveis.

A Hanseníase é causada por uma bactéria, chamada Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, afetando a pele e os nervos periféricos, alterando a sensibilidade e até os movimentos e, em casos mais avançados, se tornam bem limitados.

Antigamente, era chamada de lepra e marcada por muito preconceito, porém, aqui no Brasil, o termo lepra foi inutilizado em 1976, como uma forma de tentar acabar com esse estigma e preconceito, apesar de muitas pessoas ainda nos dias de hoje se referirem erroneamente á Hanseníase como lepra. Isso precisa acabar ok? Não cabe mais.

Ela é crônica e transmissível, ocorrendo de pessoa pra pessoa. E como isso acontece? O paciente que não faz o tratamento, libera esse bacilo, principalmente pelas vias aéreas superiores, contaminando outras pessoas, sendo mais perigosa ainda quando o contato é prolongado e mais próximo. Infecção essa que deixa de ocorrer a partir do momento em que a pessoa inicia o tratamento de forma correta.

As primeiras manifestações, são manchas na pele ou lesões, com a sensibilidade alterada. A questão da sensibilidade é importante viu? A perca de pelos também pode ocorrer, assim como:

  • Sensação de formigamento e pontadas nas pernas e braços;
  • Redução da transpiração nos locais afetados;
  • Mãos e pés inchados;
  • Redução da força nos membros onde as lesões apareceram;
  • Caroços e até úlceras pelo corpo;
  • Ressecamento ocular;
  • Febre, mal estar e dor articular.

O diagnóstico nos sintomas iniciais é muito importante para evitarmos possíveis sequelas mesmo após a cura da doença. Ele é feito através da identificação dos sinais e sintomas, o chamado exame clínico, e através do exame complementar de baciloscopia do raspado intradérmico.

A partir daí, o tratamento é feito com antimicrobianos, a Poliquimioterapia. Na maioria dos casos não precisa de internação, e a terapêutica varia de acordo com o paciente e o grau da doença. E esse tratamento é totalmente oferecido de graça pelo SUS e, feito da forma correta, o paciente é curado. (Posso soltar um VIVA O SUS aqui?) Entre tantas falhas, ele segue forte e salvando vidas.

Eu encerro aqui falando o que sempre falo: PREVENIR É SEMPRE MELHOR DO QUE REMEDIAR! Por isso, conheça o seu corpo e os sinais que ele dá. Busque ajuda quando encontrar alterações. A diferença entre a cura e a morte, pode estar no diagnóstico precoce.

 

Eu sou Prof. Enf. e Colunista Nádia Teixeira e temos um encontro marcado aqui nas quintas-feiras na coluna Café com Saúde.

Instagram: prof.enf_nadia

 

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