Falamos muito sobre o tal “novo normal”, mas sabemos realmente o impacto disso em nossa rotina de trabalho?

 

Na coluna de hoje, trago pra vocês um convidado muito querido. Adrian Matheus é psicólogo clínico e organizacional e faz um trabalho lindo de atendimento on-line durante a pandemia, através do projeto PPV: Psicologia Para Você.

Com preços acessíveis e atendimento humanizado e de qualidade, esse projeto tem ajudado pessoas a lidar com a nossa atual e estressante rotina de pandemia.

Segue então, sua visão sensível e humana sobre uma modalidade cada vez mais comum e que parece que veio pra ficar, o Home Office, mas que apesar de parecer algo versátil no ponto de vista de trabalho, tem isolado um pouco mais as pessoas, levando muitos até a depressão.

“Pouco mais de 1 ano após a confirmação do primeiro caso de Covid-19, ainda estamos aprendendo a lidar com esse cenário de medo e incertezas. Levando em consideração que, uma das medidas mais eficazes para o controle da pandemia é o isolamento social, muitas organizações têm mantido os trabalhadores em home office, evitando assim o contato humano e possíveis contaminações. Apesar de sabermos da importância de tal medida, temos enfrentado um outro problema silencioso e preocupante: a solidão.

O instituto Ipsos realizou o estudo Percepções dos impactos da Covid-19, com dados de 28 países, e revela que o Brasil é o país em que as pessoas sentem mais solidão na pandemia. É importante ressaltar que ficar sozinho nem sempre é um problema. Alguns perfis de pessoas preferem apreciar momentos consigo mesmas, lidando com isso de forma tranquila. No entanto, levando em consideração a cultura “calorosa” em que os brasileiros estão inseridos, onde, aprecia-se as reuniões, o contato físico e interações sociais, a situação de isolamento tem empobrecido essas trocas tão importantes, principalmente para os jovens.

Outro ponto de atenção que pode vir a causar angústia e sofrimento é o aumento de número de contaminações e óbitos. Esses números aumentam e por vezes se convertem em nomes de pessoas conhecidas, colegas, amigos parentes… Temos tido que lidar com o luto dessas perdas de forma solitária, o que intensifica esse processo. Estudos acerca do efeito da solidão sobre a saúde apontam que índices como obesidade, abuso de álcool e tabagismo tem crescido de forma constante, podendo ser engatilhados pela ansiedade gerada por todas essas questões envolvidas no isolamento.

Temos que nos reinventar diariamente para contornar esse cenário e lidar de forma mais leve. Atividades como meditação, exercícios e vídeo chamadas já vem sendo adotadas por pessoas que se encontram nessa situação. Além disso, aqui vão algumas dicas para lidar com a solidão causada pelo isolamento:

 

  1. Questione seus pensamentos disfuncionais: muitas vezes os pensamentos automáticos nos levam para lugares distantes da realidade, principalmente quando estamos fazendo atividades sedentárias, como ler, assistir tv, ouvir um podcast, etc. Esse movimento pode vir a criar um cenário catastrófico, atribuindo um peso muito maior para as questões que nos incomodam. Portanto, não aceite todos os pensamentos sem questioná-los.
  2. Conecte-se com o aqui e agora: um dos principais problemas que tem acometido os brasileiros é a ansiedade, por vezes motivada pela busca da compreensão de cenários futuros que não estão sob nosso controle. Quando os pensamentos viajarem para o futuro, olhe para os objetos do seu ambiente, descreva-os, olhe a data e a hora no seu celular, descreva a atividade que está realizando e assim, diminua o espaço para que esses pensamentos não tomem conta de você.
  3. Aceite suas emoções: quando estamos preocupados, tristes, com medo, naturalmente tentamos nos defender dessas emoções que causam desconforto, e por vezes as jogamos para debaixo do tapete. Apesar dessas emoções estarem “escondidas”, elas ainda estão lá. Legitime o que está sentindo, seja verdadeiro com você. Não há como resolver problemas sem entrar em contato com eles.
  4. Converse com alguém que você confia: as vezes, quando nos abrimos para uma pessoa de confiança, reduzimos um pouco da ansiedade e abrimos espaço para que essa pessoa fale também. As vezes, essa pessoa pode estar sentindo algo parecido com o que você sente. Pratique a empatia.”

Adrian conclui nos falando sobre a empatia. Nunca foi tão real e necessário se colocar no lugar do outro pois a Covid-19 não diz só sobre mim ou sobre você, é sobre todos. È sobre saber que a minha postura irresponsável pode contaminar o outro. Por isso, cuide-se e cuide do seu próximo. Sò assim sairemos dessa.

Agradeço muito a esse convidado tão especial por essa participação. Mas, e você, quer saber mais sobre o trabalho do Adrian? Segue sua página lá no instagram: @psicologo.am

 

E eu sou Prof. Enf. Nádia Teixeira e temos um encontro marcado aqui, ás quintas-feiras na coluna Café com Saúde.

Instagram: @prof.nadia_cst

 

COMECE O SEU DIA COM MAIS SAÚDE E INFORMAÇÃO!

1 Comment

  • Excelentes dicas!
    Realmente a ansiedade tem feito com que deixemos nossas alegrias, felicidades e realizações para depois da pandemia. O que nos frustra com o prolongamento desse período complicado. É como se não estivéssemos vivendo o agora, o hoje.

    Bruno Abreu 22.04.2021

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